terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

You found me

Ele: Por que você diz que não acredita mais no amor?
Ela: Porque simplesmente não há motivo para lhe dizer o contrário.
Ele: Ora essa, respostas óbvias não preciso. Seja mais direta.
Ela: Pra que amar em um mundo onde homens te tratam como uma qualquer, onde não existe um carinho, afeto, somente carência e sexo? Além do mais, pra que me dedicar a alguém que nem sabe o que sinto? Me diga, pra que correr o risco de destruir meu coração em pedaços novamente? Não, não vale a pena pra mim, não mais.
Ele: Novamente, como assim? Me explica, se sentir a vontade.
Ela: Creio eu que já saiba que toda garota na juventude tenha sentido algo e logo dizera que era amor. Eu disse a alguém, e me machuquei ouvindo que era só uma garota imatura e maluca dizendo sobre algo que não conhecia. Talvez eu não conhecesse mesmo, nem queira conhecer.
Ele: E se eu quiser?
Ela: O que está querendo dizer com isso, Brian?
Ele: Estou querendo dizer que eu nunca amei. Nunca tratei garotas como você disse. Sempre fui dedicado em algo que não me interessava. Hoje eu encontrei algo que quero me dedicar. Amor. E não importa quando tempo demore.
Ela: Você... han... quer aprender sobre o... han.... amor?
Ele: Quero.
Ela: Você sofrerá tanto! E no final vai lembrar de tudo que lhe disse. No começo é bom, traz felicidade aos dias dificeis, traz paz, sorrisos, fotos malucas, coisas malucas... mas depois começa. Começa a dor, a falta de correspondencia, o choro durante noites e noites... Enfim, é nessa hora que se lembrará de mim.
Ele: Não, não será na hora da dor. Porque eu escolhi você pra ser minha felicidade. Pra eu aprender sobre esse tal de amor.
Ela: .... mas...
Ele: Não diz nada, eu não quero suas palavras negativas. Quero te mostrar uma forma certa e bonita do amor. Eu te encontrei. Eu sou o que você procurava, por isso antes sofrera. Agora serás feliz, te prometo.
E então, tudo foi como ele havia dito. Pena que dois meses depois ele se fora levando em seu coração todo o amor que sentira por Esme, e a promessa de faze-la feliz se cumpriu. Em tão pouco tempo ele conseguiu fazer com que ela sentisse amor de verdade. E ela partiu de angustia por ficar sem ele dias depois de seu enterro.
Da forma como deve ser todo amor.

Um simples e-mail


Eu parei de respirar. Desisti de existir quando vi você perdendo a fala por outro alguém. Não é questão de egoísmo, e sim de amor. Mesmo que briguemos, que eu odeie passar mais que duas horas com você, eu não consigo deixar de te amar. Meu ódio se transforma em amor assim que brigamos e você se vai. Assim que você me deixa aqui, pensando em como seria se eu acordasse e não tivesse ao menos mais brigas. E então hoje eu acordei e me vi nesta situação. Abri certa foto do meu e-mail e vi seu recado. "Oi minha eterna pétala de rosa. Vi que anda me mandando e-mails, mas estou tão sem tempo. Me meti na roubada de me comprometer mesmo depois de todos os problemas amorosos que tivemos. Não me entenda mal, só acho que nosso caso foi casual demais pra chamar de relacionamento ou comprometimento. Se estiver interessada, o nome dela é Christina. Ela é linda, elegante, muito bem sucedida, responsavel e creio que estamos nos entendendo. Ela me perguntou sobre nós e eu lhe disse que eramos bons amigos, tudo bem pra você? Não quero causar intrigas. Não se esqueça dos amigos, muito menos de um antigo amigo diferente. Eu te amo muito, apesar de tudo. Beijos, que tudo dê certo por ai!"
Eu fiquei parada. Em choque. Como uma estátua de boca aberta. Alguém podia me mandar o e-mail certo? Não era aquela garoto que conheci. Como assim, após três anos comigo, assim, ele me arranja outra e eu simplesmente viro uma amiga diferente? Eu custei a acreditar. Custei a respirar, a fechar a boca, a pensar em algo. Eu tentei responder, começei várias vezes alguns "Olás" ou "Nossa, que legal!", mas não vi motivo pra lhe mandar aquilo, afinal eu estava achando tudo terrível, não engraçado. Eu pedi pra esquecer, pedi pra não ter aquele rosto em minha memória. Pedi pra esquecer das cartas, dos e-mails, das fotos que revelei sua em diversos lugares, das fotos que te mandei, de tudo que passamos.
Não consegui, então eu decidi escrever.
"Eu não ia lhe escrever, afinal não quero lhe deixar preocupado ou triste. Eu estou triste. Fiquei lembrando de tudo que passamos e me perguntei: Como ele pôde esquecer tudo em um passe de mágica? Porque parece que foi isso que realmente aconteceu. Há um mês atrás você me mandou um e-mail dizendo estar com saudades e hoje parece estar quase casado! Não quero que se sinto culpado, eu tenho culpa. Me deixei levar e me apaixonar perdidamente por você. Saiba que eu ainda te amo, e vou te amar até quando meu coração parar. Até o meu ultimo respiro, você estará fazendo com que eu permaneça viva. Que tudo esteja perfeito ai, porque só assim aqui estarás. Não se esqueça, somos nós enquanto houver amor, meu frágil copo de leite branco"
Destinatário. Enviado.

Mesmo não sendo, eu queria


Eu devia parar de julgar as pessoas, mas o fato delas me desafiarem, só me faz as julgarem mais. Eu cometo erros, pecados e até tenho meus desejos, mas nada se compara a alguns equivocos que me deparo. Não é questão de ser chata ou egoísta, é simplesmente o fato de eu odiar que me passem pra trás. Quem é você pra fingir o que não é e depois simplesmente me dar as mãos? Me apunhala pelas costas e depois se faz de uma boa pessoa? Eu tenho defeitos, mas o pior deles é não conseguir ser como essas pessoas. Falsa. Eu podia ser medíocre, e pensar como vocês, mas não sou. E nunca vou ser. E é por isso que eu devo continuar com a minha vida, com os meus defeitos, pecados e desejos, sem me importar quem me apunhala. Porque por mais que hoje eu sofra, quem me faz sofrer terá um futuro promissor... de coisas ruins. Enquanto eu estarei sorrindo, fingindo que nunca soube. Talvez eu nunca saiba, quem sabe.

Às vezes (quase sempre) tenho medo


Eu tenho medo de tudo
Medo do mundo, de enlouquecer
Medo de escuro, do absurdo e de deixar acontecer
Sinto medo da comodidade, da felicidade
E da mania de que pensar que vou morrer
Tenho medo do frio, do arrepio, do impossivel.


Medo, tantos medos,
Que talvez, tambem, eu tenha medo daquilo que me fez sofrer
Mas que hoje, amanha, um dia,
Me fará sorrir, com a graça de que eu ainda,
Por ventura, não ''desaprendi" a viver.

Amar é mesmo tudo?

Realista. Acho que realmente é uma das palavras que mais me define. Eu não vivo de passado, nem futuro. Somente presente, e se puder, o minuto que estou, somente. De que me vale pensar que amanhã eu posso fazer tudo se hoje, poderia e não fiz. Odeio indecisões. Tenho minha opinião, gosto, pensamento feito já, não gosto de ter que ficar escutando outras pessoas pra dizer o que sou ou não sou. Antes de conhecê-los, eu vivia sozinha, dentro da barriga de minha mãe, e não precisei de opiniões pra sobreviver, só da minha força. Interior, exterior, e amor. Amor. Ai está uma palavra que mesmo que eu me esforce, eu não consigo achar muito em mim. Não que eu não tenha tentado, mas é difícil. Depois de sofrer, você se adapta ao que te faz ser melhor, viver melhor. Eu me adaptei a ser desumana com homens. Não ter dó nem piedade de quem deseja me fazer ficar apaixonada. Não fico, porque não basta meio segundo e já estou me fazendo sofrer, me fazendo sofrer. Penso nas conseqüências, nos medos, nos “se acontecer isso”. Eu não preciso passar por dramas e conflitos interiores. Larguei o amor, vivo mesmo que seja sem sentido assim. Prefiro ser chamada de realista cruel do que sofredora por amar. Amar alguém que não queira nada mais do que me deixar fria. Ou melhor, que me deixou, e fez tão bem seu serviço que eu não quero amor nenhum. Quero só viver, sem tem que me preocupar se o primeiro homem que passar a minha frente é meu amor eterno. Eu sou meu amor eterno, minha alma, meu mundo, e enquanto eu quiser, vou ser. Realista, sozinha, sem coração. Sem sofrimento.

Jane Marie

Eu ouvi alguém dizer meu nome. Mas eu não conhecia aquela voz. Nunca tinha ouvido alguém com aquele timbre me chamar, disto eu tinha certeza. Tentei abrir os olhos. Outra voz me disse para ficar calma. Senti gosto de sangue na garganta. Tentei engolir. E então me veio mais e mais gosto de sangue, como se estivesse acabado de me machucar.
Mas... Eu tinha me machucado. Tinha sofrido um acidente. Fazia muito tempo? Ou melhor, que horas eram? Eu não fazia idéia de nada, só de quem eu era. Meu nome, (creio que ainda era, se eu tivesse meu RG pra comprovar) é Jordin Stephanie Richr. Nasci na Inglaterra há dezessete anos. Meus pais viajaram o mundo antes de eu nascer, mas depois voltaram para sua cidade natal quando descobriram que mamãe estava grávida. E não era de mim. Minha mãe sofreu um aborto espontâneo aos cinco meses de gestação. Depois disso desistiu de viajar, de trabalhar, de ter filhos. Ficou desgostada com a vida. E então eu surgi. Ela e meu pai decidiram adotar alguém e foram até o meu abrigo. Eu tinha meses, havia acabado de ser abandonada pela minha mãe biológica. Nunca a conheci, mas não tinha raiva por ter feito isso, afinal a minha família adotiva era muito boa. Fui morar com eles aos dois meses, pois o processo de adoção às vezes pode ser muito difícil (como no meu caso). Sempre tive carinho, amor, atenção, as melhores coisas, as melhores escolas, os melhores amigos. A nossa situação financeira era excelente, e eu nunca tive do que reclamar. Mas eu reclamava. Achava que algo podia ser melhor, que eu era adotada e por isso meus pais não me davam tudo, mas se mamãe não tivesse sofrido aborto, o seu filho teria tudo, e eu nem faria parte da família. Adolescência, eu nunca soube o que falava. Raramente falava algo construtivo.
Eu abri os olhos. Todos estavam de branco. Eu não reconheci o lugar. Olhei para os lados, ainda ninguém conhecido. Onde estavam meus pais, meus amigos? Que lugar era aquele? Um hospital? Eu nunca havia ido àquele hospital, se fosse da Inglaterra. Mas logo um homem jovem e de sorriso poderosamente branco respondeu as minhas perguntas.
- Você não sabe onde está não é? Eu vou te ajudar. Em primeiro lugar, você deve saber que eu sou seu mentor. Aquele que vai te ajudar, te dar todas as instruções de como viver aqui. Você está no céu. Apesar de todas as palavras bruscas aos seus pais nesses últimos tempos, você havia sofrido demais antes, então foi perdoada e atingira o plano espiritual em graves, mas lidáveis situações. Você sofreu um grave acidente, onde estava seu namorado e amigos, se lembra?
Eu não sabia o que falar. Plano espiritual? Eu só atingiria esse lugar se estivesse... morta. Eu estava morta? Não, era uma brincadeira, uma grave e mal feita brincadeira. E onde estava Flecher? Ele estava ali também? Ai meu Deus, morta! Não, era mentira.
Então pensei... Não, não é mentira, eu me lembro de grandes faróis vindo contra mim, um barulho de ambulância distante, minha mãe gritando e me pedindo pra que fosse forte. E eu não fui.
- Me lembro, mas como isso aconteceu? Ninguém conseguiu salvar minha vida? Fracos! Não foi um acidente tão feio! E eu morri, que ridículo.
- Se acalme, Srta. Jordin, você tem muita coisa a aprender ainda. Se ficar estressada agora, no inicio de sua vida espiritual, vão te fazer dormir até que melhore seu comportamento.
De repente vi um sorriso conhecido. Vinha na minha direção como se estivesse com muita saudade. Logo reconheci, era Jane.
- Não se exalte, querida! Eu vou te ajudar. Pedi aos meus mentores que eu pudesse te acompanhar na sua adaptação, e por eu estar num nível de grande sabedoria, deixaram! Quantas saudades, não me entenda mal, mas, que bom que não demorou a vir!
Jane havia morrido há quase três anos. Nos conhecíamos há muito tempo, e meu coração, minha vida tinha esvaziado muito quando ela se foi.
Fiquei tranqüila. Lembrei de nossos abraços, e de como tudo que havia sentido e passado com ela me fazia falta. Perguntei ao meu mentor se podia me levantar para abraçá-la, e ele nem hesitou ao dizer que sim. Eu a senti. Depois de tanto tempo sem seus beijos, carinhos e afetos, eu senti seu abraço. Aquele corpo caloroso se foi, mas ainda sobrou todo amor que eu sempre senti num simples gesto.
Ela me ensinou tudo. Descobri lugares lindos, onde eu poderia passar as tardes. Me ensinou que no presente eu sentiria fome, mas por causa do psicológico e costume, mas com o tempo eu ia me desligando. Eu teria de vestir roupas, mas era a mesma coisa, depois tudo se tornaria branco, e então eu imaginaria a roupa que quisesse, e eu a veria colorida. Conheci seus amigos, seus mentores, visitei seus familiares, os meus e demos boas risadas.
Depois de um tempo, quase dois anos, ela me veio com noticias não tão agradáveis.
- Minha flor, eu terei de te deixar sozinha. Vou reencarnar, voltar para terra. Não que eu não irei me lembrar de você, mas será difícil. Você terá que me ajudar me fazendo visitas, brincando comigo enquanto eu for criança, tudo bem?
- Você vai me deixar... mas por quem vai me deixar?
- Sua mãe terá um filho, e serei eu. Meu nome será Marie, ela viajou a França e conheceu muitas pessoas, e em especial alguém que contou de você, que contou sobre sua vida aqui, comigo, e logo faleceu. Ela a homenageará.
Me senti um pedaço de papel. Ao mesmo tempo em que era valiosa, não tinha valor nenhum. Eu fui lembrada por tanto tempo por minha mãe e então ela engravidou, sem querer! E minha quase irmã reencarnaria para fazer minha mãe feliz. Porque não eu? Mas eu me sentia bem ali, então deixei que fosse.
E eu a visitava, todas as noites quando ela chorava aos poucos meses de vida. Eu acariciava sua cabeça e pedia para que ela ficasse calma. Eu estava ali, e sempre estaria. Aos quatro anos brincava com ela, via meus pais felizes por ela sorrir a toa e mal sabiam que era pra mim. Na adolescência, ela lembrou-se de mim como sua quase irmã e contou a minha mãe. Ela chorou. Acreditou em Marie mas chorou. E naquela noite sonhou comigo.
Eu a visitei nos sonhos, e lhe acalmei. Disse que estava tudo bem e que Marie era na verdade Jane, que havia reencarnado para fazê-la feliz.
Mamãe acordou sorrindo, e depois de tanto tentar fazer com que Marie me visse, meu mentor me avisou que minha missão foi cumprida, e que agora só voltaria a ver Marie quando ela voltasse ao plano espiritual. E eu esperei, por dias, noites, meses, anos. E espero até hoje.