quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pedaços

Flashes. Memórias compartilhadas somente comigo. Sonhos de sorrisos inexistentes. Palavras de histórias inexistentes. Sentimentos sem felicidade, sem vontade de existir. Meu coração resistiu aos pedaços que foi partido por alguém que não o merecia. Pobre assassino! As lembranças de algo sem valor só atrai infelicidade. Os batimentos diminui, quase param, mas arrancam força da própria força e continuam, mesmo fracos e sem saber ao menos porque continua insistir em bater pra sofrer. Pobre sofredor! Detalhes desperdiçados, correntes de ar passadas despercebidas. Sorriso sem compreensão que, aos poucos, deixaram de existir. Sorrir pra não chorar. Não chorar, somente isso. O choro lembra dos flashes, dos pedaços, dos batimentos, das correntes, dos detalhes, de você. Ou de tudo que você não quis perceber, mas eu, como pequena apaixonada, percebi. Pobre infeliz!

Sentido Irracional

Usei o sentido errado. Soltei palavras que não tinham sentido algum. Menti. Fiz com que tudo que te disse parecesse verdade, mas não. Nós sabemos, você é aquele alguem. Meus olhos diziam coisas a mais. Coisas que minha boca não conseguia dizer. Não tinha permissão. Palavras falsas. Disse amizade quando tive vontade de dizer amor. E quando fui dizer amor, na verdade era amizade. Fui irracional. Pensei somente em mim, ou só em alguém que hoje não me importa mais, não nos importa mais. Você é quem eu falei amizade, e hoje é só amor.

Mesmo sem pensar, hoje foi a melhor coisa que fiz. Fingir amizade por você.

Ecos Amargos

Eu olho fotos. Me traz lembranças de um passado futuro. talvez eu esteja esperando demais de alguem que não pode me oferecer nem metade. Eu sempre quis mais do que pude ter. Sempre esperei alguem melhor que eu, praticamente perfeito. Agora, quando ferida, penso se isso é praticamente perfeito? será que seria melhor não esperar? dar as costas e pensar em mim? Eu sempre esperei demais. E por esperar demais, caio sempre em passado. O passado amargo, com terríveis lembranças. Dias atrás que não saem de minha mente, fazendo com que, toda noite, eu chore, tenha pesadelos, reze pra acordar. Gritos. Vozes altas me fazem chorar. É a tua voz. Gritando comigo. E se nada for feito, vai ser assim sempre… pra sempre.

Tão Improvável

E novamente eu caio em contradição. Por mais que eu esteja bem, que eu não deseje sintir, eu sinto. Tudo volta, como se nunca tivesse saído de mim. Eu me lembro que enquanto eu usava salto, você usava chinelo. Enquanto eu queria ir no cinema, você queria ficar em casa. Enquanto eu preferia portugues, você amava arte. Enquanto eu dizia sobre música pop, você só falava de reggae. Enquanto meus olhos se esquivavam, os seus nem disfarçavam olhares sobre mim. Enquanto eu queria filme de terror, você queria comédia. Enquanto eu queria carne, você salada. Enquanto eu sentia ciúmes, você ria. Enquanto eu queria refrigerante, você queria suco. Enquanto eu preferia banho quente, você amava água fria. Enquanto eu me lembrava de datas, você se esquecia todas as vezes. São tantas coisas. Tudo me faz lembrar, porque em tudo existia nós. Nós tinhamos defeitos, qualidades, erros, acertos, ganhos, perdas, obstáculos, tudo como todos têm. Mas para nós pareciam tão maiores, tão extensos, quase sem fim. Porém, com o tempo, foram diminuindo, assim como a nossa proximidade. Foi-se. Com o vento, com o tempo, com a falta de tempo, deixando o espaço, um vazio. E então, enquanto eu queria mais amor, você pedia mais vida. Vida vazia, já que não existia amor, só vida por obrigação. Separação. Alguém sem ninguém dentro. Voce com um, dois corações dentro de um peito que, a cabeça, pedia vida.