quinta-feira, 28 de abril de 2011

O excesso da falta (que você me faz)

Hoje eu vejo aquela simplicidade. A falta de algo representando união, falta de gestos, de motivos por me amar, de comunicação em excesso, de passado, mas excesso de expressão, sentimento, olho no olho, sorrisos sinceros e vagarosos. Eu vejo o que a maturidade me deixou ver só agora, sem você. Vejo o que antes, era bobeira, era coisa que acreditei, eu, que viraria rotina.
Eu me retirei da rotina. Me deixei levar por pensamentos levianos, por falta de aventura. Foi por falta que sofri em excesso. O excesso me fez amadurecer, me fez perceber que a imaturidade não foi a culpa, mas sim a vontade de ser quem eu não era.
Nunca fui do tipo que gostava de coisas novas, mas eu preferi assim. Deixei o que eu queria pra trás por medo da falta de amor. Quem era eu pra pensar em falta diante de uma pessoa que um dia me ofereceu em excesso? Hoje, a simplicidade do seu amor, dos seus sorrisos e das suas palavras é que me fazem uma gigantesca falta de não ter nada, muito menos em excesso.

(Me.)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amplitude vital

Às vezes a garganta fica seca, arde, coça mas a gente engole. Às vezes a vida nos chicoteia, derruba nos chão e não há outra alternativa do que se jogar ao prepício. Tem vezes que você sabe que um colo de mãe faria muito bem naquele momento, mas ele está tão longe, ou melhor, você está tão longe. Teve todo tempo do mundo pra querer, e quando quis, não pôde. Às vezes, naquela reunião de família, aquela prima pequena pergunta coisas do tipo "De onde eu vim, mamãe?'', e a família toda se pergunta o que ao certo responder. E então, ela mesmo tem a resposta na ponta da língua, sem saber ao menos, o que significa o que está falando. Às vezes, por querer demais uma coisa, ela não acontece. Em outras, se quer tão pouco mas com fé que não demora a acontecer. Tem gente que diz que Deus só existe pra quem frequenta igrejas, mas e se eu não desejar? Há quem encontre Deus em si, no outro, no próximo, na boa ação, na alma.
Tem homem que assiste futebol gritando e provocando times adversários como se ganhassem o salário do jogador para insistir nas provocações. Tem também aqueles que a única pergunta sobre futebol é: "Pra que você vê isso?" Mas eles nem sempre são os melhores maridos.
Existem tantos momentos, tantas diferenças, tantas coisas a se discutir. A vida nos proporciona a discussão, o descontentamento, o suprir das necessidades. Mas às vezes existem pessoas que se prendem ao amor, a trabalho, a coisas amplas que ficam pequenas demais por serem a única coisa existente em sua mente. E então você se afunda no amor, se demite do trabalho e esquece. Esquece que a vida é tão ampla, tão desejada, tão explorável pra se tornar prisioneira a pequenas coisas.

(18 de Abril de 2011)