Começo com fim, Eu sei

O começo me instiga, me faz acreditar que o fim está próximo. Mas, depois de alguns fatos, eu vejo que pode estar um pouco distante, ou talvez até bem distante.
Eu não quero outro sofrimento, não há necessidade no momento. Eu encontrei em você um abrigo quente, protetor, que,quando tudo a minha volta está sendo levado por um furacão devastador,eu me escondo e te imploro pra que não me largue até que tudo isto passe. Obviamente, você não enxerga essa necessidade de respirar o mesmo ar que você que reina sobre mim. Você me olha e enxerga alguém com que gosta de estar em momentos normais. Mas, perceba nossos momentos não são normais.
Um dia,quando você me viu cabisbaixa,resolveu me dar atenção, percebeu o motivo de toda minha tristeza. Eu confiei em você assim como você confiou em mim. Você me disse que o tempo cura todas as feridas, e que se não curou até agora, é porque não é o momento certo, mas que,quando for,tudo isso vai passar.
A tristeza está passando. Enquanto você me puxa e me pede abraço, entrelaça nossos dedos, me olha nos olhos, faz seus dramas, você retira aquela dor que me deixava asfixiada. O problema é que você não entende o novo motivo da minha falta de ar, que é você. Você mente me diz que eu te causo arrepios, e é mentira! Mal sabes tu que necessito mais de ti do que você de mim. Se te largo hoje, minha falta eu sei que não irá sentir, mas eu simplesmente não consigo. Não consigo partir e deixá-lo aqui, sabendo que,quando precisei de ti,você estendeu suas calorosas mãos e me ajudou.
Hoje,quando estive em teus braços novamente,percebi que não quero mais deixá-lo. Você me faz tão bem, me diverte me distrai, me passa confiança. Os momentos com você são tão pequenos, mas eu vejo que ao seu lado não necessito de tanto. O pouco me basta.
Eu sei que nós dois estamos sofrendo, estamos magoados, incrédulos no poder do amor, mas será que isto adianta? A sós, suprimos nossas antigas necessidades, nós entendemos. E quem sabe quanto tempo isso vai durar? É por isso que eu penso seriamente no começo, com medo do breve ou inexistente fim.

(08 de Outubro de 2009)